quinta-feira, 28 de maio de 2009

Friozinho

Quando o frio chega nos Campos Gerais, você nota nos ossos, que chegam a doer. Dá para ver conversas ao longe, só por aquele vapor que sai quando se fala. Os calores ficam mais humanos também. Nada daquele sol de ócio arrebatador. Muito mais de um gelo estarracante que se te custa para sair da cama, te impele a um trabalho concentrado o dia todo.

E lá no terceiro planalto, onde começa Guarapuava, o vento se soma. Diminui ainda mais a temperatura. Seca e gela os olhos, endurece o nariz. Traz às vezes o frescor das araucárias, às vezes o aconchego dos fogões à lenha, dos pinhões na chapa. E nos bairros a velharada já aproveita para chimarrear solitos. Pra espantar a solidão na companhia da cuia, na trilha sonora da vassoura varrendo o chão.