domingo, 22 de março de 2009

Ainda

Recentemente discuti com alguns amigos sobre qual teria sido o início dessa crise toda e o que seria a solução mais eficaz para que a solução do problema. Basicamente a divisão que tivemos foi entre liberais e intervencionistas.

Tenho achado lógica na ação dos governos até o momento, de socorrer o sistema financeiro e auxiliar os setores mais afetados pela falta de crédito. Acredito que a origem dessa crise veio da política de juros baixos em um ambiente sem regulação financeira.  Evidentemente, há o temor inflacionário assim que houver uma recuperação. Penso que é preferível que saiamos dessa crise com um mercado mais regulado, porque a desestabilização da economia e o crescimento da desigualdade social tendem a crescer, no longo prazo, caso o raciocínio financeiro prevaleça.

Os liberais, no grupo, crêem que a presença do governo na economia manteve os juros artificialmente baixos. Logo, se o governo não interviesse na economia, não haveria juros baixos e, portanto, não haveria uma crise dessa magnitude. As crises são inerentes ao sistema, e têm uma função importante, de expurgar empresas pouco lucrativas. O argumento, nesse caso é que os governos são ineficientes, aí entra-se em deseconomias de escala e esses tipos de argumento.

O interessante é pensar que, se os governos não são concebidos como corruptos ou ineficazes, a priori, no raciocínio keynesiano, tampouco o mercado é considerado ganancioso ou egoísta a priori na argumentação liberal.

Observo nos argumentadores mais liberais a ênfase no discurso. Eles atribuem todas as mazelas, como era de se esperar, a uma política keynesiana, mesmo em Estados tradicionalmente liberais. Vocês podem imaginar, por exemplo um tipo de defesa ao liberalismo na Islândia com base nos efeitos danosos do intervencionismo do Fed na economia mundial.

Não é uma questão de demonizar o mercado, mas também não se pode condenar o Estado. Ambos têm interesses em jogo.