quarta-feira, 25 de novembro de 2009

Fim de ano

Na falta de um depoimento honesto, vai um falso. Eu to um pouco saudoso neste fim de ano. Algumas memórias voltaram, coisa que esqueci que tinha vivido. Eram bons aqueles tempos, a indiada nos campos, desprevenida.

As vidas se perdiam e se ganhavam de volta. Tão fácil. Tudo era uma grande lição de casa e não havia muita coisa que não pudesse ser desfeita.

Hoje o mundo mudou, cresceu e eu fiquei pequeno. Já há trens, carros, aviões e telégrafos. Já não posso mais pensar em pureza. Vidas se perdem, pessoas se desenganas.

Só temos, nas cidades, homens precavidos e prontos para fugir, ou atacar, se for o caso.

Alguma coisa desse refinamento do mundo moderno o embruteceu.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Acho que estava faltando.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Friozinho

Quando o frio chega nos Campos Gerais, você nota nos ossos, que chegam a doer. Dá para ver conversas ao longe, só por aquele vapor que sai quando se fala. Os calores ficam mais humanos também. Nada daquele sol de ócio arrebatador. Muito mais de um gelo estarracante que se te custa para sair da cama, te impele a um trabalho concentrado o dia todo.

E lá no terceiro planalto, onde começa Guarapuava, o vento se soma. Diminui ainda mais a temperatura. Seca e gela os olhos, endurece o nariz. Traz às vezes o frescor das araucárias, às vezes o aconchego dos fogões à lenha, dos pinhões na chapa. E nos bairros a velharada já aproveita para chimarrear solitos. Pra espantar a solidão na companhia da cuia, na trilha sonora da vassoura varrendo o chão.

domingo, 22 de março de 2009

Ainda

Recentemente discuti com alguns amigos sobre qual teria sido o início dessa crise toda e o que seria a solução mais eficaz para que a solução do problema. Basicamente a divisão que tivemos foi entre liberais e intervencionistas.

Tenho achado lógica na ação dos governos até o momento, de socorrer o sistema financeiro e auxiliar os setores mais afetados pela falta de crédito. Acredito que a origem dessa crise veio da política de juros baixos em um ambiente sem regulação financeira.  Evidentemente, há o temor inflacionário assim que houver uma recuperação. Penso que é preferível que saiamos dessa crise com um mercado mais regulado, porque a desestabilização da economia e o crescimento da desigualdade social tendem a crescer, no longo prazo, caso o raciocínio financeiro prevaleça.

Os liberais, no grupo, crêem que a presença do governo na economia manteve os juros artificialmente baixos. Logo, se o governo não interviesse na economia, não haveria juros baixos e, portanto, não haveria uma crise dessa magnitude. As crises são inerentes ao sistema, e têm uma função importante, de expurgar empresas pouco lucrativas. O argumento, nesse caso é que os governos são ineficientes, aí entra-se em deseconomias de escala e esses tipos de argumento.

O interessante é pensar que, se os governos não são concebidos como corruptos ou ineficazes, a priori, no raciocínio keynesiano, tampouco o mercado é considerado ganancioso ou egoísta a priori na argumentação liberal.

Observo nos argumentadores mais liberais a ênfase no discurso. Eles atribuem todas as mazelas, como era de se esperar, a uma política keynesiana, mesmo em Estados tradicionalmente liberais. Vocês podem imaginar, por exemplo um tipo de defesa ao liberalismo na Islândia com base nos efeitos danosos do intervencionismo do Fed na economia mundial.

Não é uma questão de demonizar o mercado, mas também não se pode condenar o Estado. Ambos têm interesses em jogo.

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Corrente de comércio

A balança comercial brasileira voltou a apresentar superávit e todo mundo já saiu alardeando, com otimismo, uma recuperação econômica. Não sei se podemos comemorar apenas por estarmos com um saldo positivo. A média diária de exportações caiu um bom bocado e parece estar em movimento decrescente. Acho que poderemos anunciar o fim da tormenta quando as médias de exportação e a corrente de comércio (exportação + importação) voltarem a subir. Por enquanto estamos no saldo positivo.